domingo, 7 de agosto de 2011

Efeito espelho: Um olhar

 Quando ouvimos falar em efeito espelho, logo somos remetidos a superstições ou ferramentas de photoshop e o reflexo das águas. Esquecemo-nos do efeito espelho mais poderoso que existe: Um olhar.
 E por que não, ser o olhar, o reflexo de nossos espelhos?
 Um olhar subentende-se aquele que vê, mas também aquele que reflete. Sob o efeito espelho ( um olhar), podemos enxergar de maneira ilimitada a qualquer hora , qualquer coisa ou pessoa, e em qualquer lugar teremos um mundo de percepções, reflexões, sentimentos e constatações.
Esse efeito é capaz de mostrar sem precisar de palavras porque vê por dentro e por fora, em ângulos e dimensões diferentes ao que diz respeito à particularidade de cada um.
 Vivemos rodeados de espelhos o tempo todo. Há espelhos de várias cores: Verdes, azuis, pretos e castanhos. O efeito, no entanto, que observo não está neste patrimônio génetico de cores, mas principalmente dentro de nossas MENTES.
 Refletimos esse efeito cada segundo de nossas vidas, daqueles que nos cercam a aqueles que apenas cruzamos pela rua, e nem sequer fazemos ideia (quase sempre) de como esse efeito espelho está sendo refletido.
 Pensemos nisso!
 Ao despertarmos de uma noite de sono podemos observar esse efeito espelho, por exemplo: Quando lembramos de um sonho de forma real, ou simplesmente quando sonhamos acordados e visualizamos cenários, situações e até mesmo momentos, e mesmo sendo acordados, mas às vezes sem sequer ter aberto ainda os olhos, reconhecemos e refletimos lugares e pessoas nas nossas mentes , que se transformam em vontades e sensações...
 Espelhamos também esses efeitos no dia-a-dia. Se percebermos que somos aquilos que refletimos, nunca deixaremos um sorriso por esperar, um "bom dia" prá trás, e até mesmo um olhar terno, afetuoso, cuidador, daqueles que nos abraçam, que nos levantam e nos fazem sentir confiantes. Já o contrário, se sentirmos algo ruim, tendemos a ver tudo de mal ou mau, e assim, o efeito espelho citado lá no começo desse texto pode se tornar uma grande verdade ao invés de superstição, consequentemente, voltando tudo em dobro para nós.
 E quem vai pagar prá ver? Pois é, há quem pague. Acredite!
 Admiro muito os góticos por terem um efeito espelho tão sutil em seu modo de ver e sentir, mesmo que só veja isso quem os olhe através de suas capas pretas e delineadores marcados. Mas se até os espelhos de verdade precisam de uma moldura, prá se protegerem, não é mesmo? Prá que perder tempo focando em estereótipos? O coração e o caráter não vestem rótulos. Por isso admiro neles a sensibilidade e capacidade de esmiuçar delicadamente o belo na dor. No profundo. Na morte! E nem por isso são infelizes...
 Sentimos o efeito espelho durante o dia, ao ver nossas sombras refletidas no chão.
 Durante a noite, no travesseiro, olhando dentro de nós mesmo, no escuro onde cenas são repetidas, refletidas constantemente e involuntariamente por nosso subconsciente. Não queremos pensar e, aff, lá estamos: A pensar. Imaginar... a criar ideias e até neuroses.
 O efeito espelho a que tanto me refiro se dá por tudo que é menos, por nada que é mais. Numa simples canção, no olhar perdido no horizonte. No olhar esperançoso e em paz de uma criança... Na brincadeira com o bichinho de estimação que afaga e massageia nossa intolerância. No olhar temeroso, expectador e amoroso de um pai e uma mãe. Na graça de um amigo. Num choro engasgado por um filme. Na paixão avassaladora, e no amor doce e compreensivo. Na nossa rotina, nem sempre vivida só de coisas boas. Nos nossos quereres e poderes... Máquinas fotográficas, webcans, blogs ou papel e caneta.
 Na nossa atitude de lembrar o passado, de como desejar o futuro. E viver! Viver só no presente, prá sentir, amar e expressar o lado bonito e bom da vida.
 E até pela leitura de um texto simples como esse, mas que atenta pro melhor efeito, e que este espelhe sempre, um olhar mais reflexivo, e de amor!