terça-feira, 7 de agosto de 2012

366 dias de Efeito Espelho.


Hoje o blog Efeito Espelho completa 1 ano.
Poderia escrever hoje sobre o tema 'aniversário' e talicoisa, mas a minha homenagem será prá vocês, leitorinhos, que são uma das principais razões deste blog estar ativo. A outra razão é que já não sei mais calar os dedos; e minha alma prolixa não vive mais sem palavras e sem este espaço.

Neste 1 ano escrevi sobre amor, desejo, solidão, amizade, distância, o ser e sua infinidade de sentimentos. E descobri, nesse tempo, que algumas palavras são melhores escritas que sentidas. SAUDADE, por exemplo. Já outras, por mais que se descreva, nunca é suficiente prá demonstrar o ápice do que é senti-las. FELICIDADE, por exemplo.

Descobri que com as palavras podemos ter o nada ou o mundo inteiro. Mistério.
Especialmente anônima, aqui, sou todas as palavras juntas, todos os pedacinhos de outras palavras soltas por aí; todos os pensamentos, sem corpo, sem nome, sem limites, transitando a transformação entre ser e estar, com a sensibilidade de fazer toda palavra especial.

Bastaria qualquer palavra? Não. Definitivamente não! Se a mesma não vier carregada no colo, com a emoção de um peito cheio, disposta a gestos que dão valor ao que expressamos. Pois as palavras falam até quando emudecidas no olhar, ou na folha em branco horas a fio, enquanto nos questionam os porquês, ou o quê; até quando se dissipam esquecidas numa folha amassada, jogada no balde de lixo, outras mentalmente deletadas. (Even so...)

Nas palavras, o tempo passa muito mais depressa. O mundo chama, seduz. E não seguem todas as regras, nem sempre são julgadas, nem nascem e nem morrem. Vivem. Decepcionam. Encantam. Mutação constante, aprendizado eterno. Algumas vezes tão repetidas. Mesmo assim repetimos, construindo, destruindo, redescobrindo vidas inteiras. Repetindo, repetindo, palavreando tempo falador, tempo silencioso, modo atemporal. Mas, o que se há de fazer? Os sentimentos são, quase sempre, forte demais prá serem totalmente controlados, mesmo quando sabemos que vamos a mil por hora, sem os pés no chão. Ah, sim. Muitas vezes, até na contra-mão. E daí?

Pois há 1 ano eu voo feito avião. As palavras são meu co-piloto e vocês leitorinhos/blogueiros são a minha tripulação. E, é sempre um prazer enorme embarcar nessa viagem, com vocês.

Já dissertei sobre dor no peito, nó na garganta, borboletas no estômago, 'mal de Parkinson' causada pela pela paixão fumegante ou pelo medo quando caminham em sua direção. Já escrevi sobre o aperto na alma por um abraço ou a falta dele. A ferrugem do orgulho que corrói. O frio da indiferença que congela o peito. O calor do carinho que se encaixa na vontade e vai crescendo até tomar você por inteiro.

E não é culpa minha querer que entendam. É que as pessoas sofrem iguais. Não é exclusividade minha. Embora atendência é sempre achar nossa dor única e maior.
Bem queria que fosse por minha causa, mas as pessoas ficam - no verbo estar e não ser - felizes. O mundo é uma roda gigante, com direito a limão e algodão doce.

É que as pessoas se amam. O mundo não é perfeito. Relacionamentos são complexos e a única certeza é que, neste exato momento, em algum lugar do mundo, alguém sentiu ou sentirá o mesmo que eu. Eis que é por isso que compartilho com vocês este blog. E vocês codividem comigo nos comentários, incentivos e até críticas - que são sempre pro meu melhor - gratidão!

366 dias, ano bissexto. 48 posts - menos do que eu queria - mas todos estão no centro, emoldurados por toda a beleza dos personagens e fatos narrados, neste quadro virtual. Todos os textos são, para mim, como ilhas de tecnologia e antiguidades: O ato de expressar o sentimento. E, para cada um que aqui se encontra comigo, penso que, também, acham uma forma peculiar de se encontrarem. Talvez seja loucura minha, presunção pensar assim. Nãa importa, não quero mesmo ninguém que não esteja louco para ficar aqui e partilhar dessa inundação de letras sentidas, na essência da palavra.

Assim, vou escrevendo há 1 ano. Torcendo para o próximo pedacinho de você vir logo para cá, preencher os espaços nas palavras que já são seus. Decolar mais uma vez, e mais outra e outra... Porque sempre é diferente do que eu esperava, do que um dia pode me fazer feliz, como se fosse a primeira vez.

Além do que se vê, se ouve e se lê. Quando escrevo, sempre tento algumas observações, confusas confusões. Contos ou delírios. Conversas ou vícios. Desabafos, de propósito desassistido entre tantas eu. Um universo paralelo, movimento, rascunhos, bobagens e afins. Mas, com a alma livre, de amor atrevido, seguida de três pontinhos...
Uma menina com nome de boneca e feita de lápis e papel. Livro sem final.
Grata por me permitirem ser uma porta conectada a várias outras portas.

[Gratidão por ser-bem-estar com vocês e que assim seja por muitos anos, amigos leitores e blogueiros. Parabéns!]