domingo, 13 de novembro de 2011

Manhãzando...

 Universo onírico.
 Universo do meu mundo de sonhos lúcidos.
 Uma pessoa sem amor, sem história e sem sintomas, é uma pessoa sem alma.

 Por isso sou vestida de uma carne que sangra minha doçura.
 E com olhar de quem precisa viver as desventuras amorosas com mais resignação.
 Observo e sinto como as páginas da vida viram.
 Mas as páginas do meu coração costumam ficar grudadas umas nas outras. E para abri-las é preciso rasgá-las.
 Fragmentos e lembranças de um mundo submerso em um mar de histórias.
 Esvazio a memória do meu tempo. Costurando todos os tempos com o passado e a memória viva, em minhas versões.

 Um dia quis desapegar-me desses sentimentos que naufragam profundo. Meu maior temor era pelos meus olhos que se desfazem no infinito da saudade.
 Para isso prendi todos os ganchos e, segurando os nós, comecei a puxar. Contudo, não adiantou de nada minha força, pois estão todos presos por âncoras.
 Não pela fraqueza, mas com toda tristeza, estou à deriva, em direção ao nada. Navegando, indo...
 Não existe um cálculo a nada. Não existe rumo nesse mar de emoções. Existe apenas a paixão. Sou muito ávida de paixão.
 Manhãzando todos os dias, acordo e me apaixono pela vida. Olho frequentemente minha imagem no espelho para acostumar-me, com o tempo.
 Conto as mesmas histórias pro meu ser, tantas vezes lidas, em dias de sol ou de tempestades, com a mesma graça.
 Retorno à minha meditação, percepções e processos diários de orientação e identificação de mim. E na presença de meus confidentes, não posso deixar de jurar, amor eterno!
 Deixo assim meu lugar de exílio, e o resto, o destino para decidir.