terça-feira, 10 de julho de 2012

Te adoro e te prefiro...



E nessa distância, vou lembrando todo dia sem você saber.

Seu carinho sob a tez de minha pele, o gosto infinito do beijo agridoce, que penetra a boca quente. Fios de mel, traçando nosso olhar.

Não sei porque não esqueço. E se insisto na resposta, eu só acho você. Sinto no céu da boca, um coração palpitante.

Escorreu-me entre línguas e dedos agônicos, o não dito. Porque se ocupavam em te acariciar e pouco pedir, pois algo no seu jeito de se dar, bastava.

Deve ser o jeito que cantou prá mim, e os tons que passearam na sua voz quando me disse ‘te amo,’ ou os olhos fixos quando me chamou de linda.
Deve ser teu jeito menino, ou seu hálito em mim enquanto sussurrava em meu ouvido coisinhas. Deve ser as piadas dos momentos mais difíceis, teu otimismo é só um jeito de explodir.
Deve ser porque te adoro e te prefiro de todos que o mundo tem. Deve ser até mesmo esse "q" familiar.

Ah, essas horas que seduzem palavras de outrora sonolentas, sonhos disfarçados na pausa do mundo lá fora. E o que era prá ser superficial, foi fundo, como a terra que se encharca da chuva. Meu nirvana!

Ah, quando sua métrica se desmonta, seus poros se arrepiam, e ferozmente arranca sorriso de queimar as entranhas. E a gente jura voltar ao normal, porque algum outro disse que conseguiu.

E depois ir à rua e sorrir, sorrir, para no final gargalhar de todas as besteiras ditas, das bobeiras enlouquecidas, das horas corrigidas, dos ponteiros trocados. Rir, chorar e rir enquanto o tic-tac das horas avisa que a vida não pára.

Somos o mergulho incessante na madrugada, lambendo o último gole de vinho que se derrama do paraíso vivido. Assim, esse amor possui a eternidade que nunca existiu, enquanto você me desafia a viver sem você.

Aspiro...
Em seguida,
suspiro...

Lembro, enquanto segue em seu atalho e me faz falta, aqui, no caminho mais longo. Exercito a paciência! Ninguém sabe mesmo onde os caminhos vão dar. Mas, espero que o mundo dê a volta...

Amanheceu, desperto.
Iluminam-se as horas vagalumeadas nos olhos de meus desejos, suave constância do ocasional.
E o ontem, já não existe mais?