terça-feira, 13 de dezembro de 2011

De tão desconhecido...


Sentia-se confusa.
Diante da visão de tantos mistérios, pois por tais o tomou, foi levada por um estado de fraqueza...
É que seus olhos tinham se acostumado, por muito tempo, às convicções ora mostruosas e torturantes, agora deixadas prá trás. Assim, deu-se como bebida curtida que faz reanimar e como um veneno lento que faz deitar à sua própria cama.
Dorme algumas horas, mas continuamente pertubada por seus sonhos sobre um lugar, alguém e as certezas que lhe escaparam.
Suplica pela paciência de entender sua história, na estrada observando sua pequenez. Receando que fosse uma rocha, se vê sacudida como nunca.
Abre seu coração e enxerga sua pequena coleção de raridades queimando com gasolina a solidão. Nessa repetição, quando pensamento vira sentimento e sentimento vira pensamento.
Em pouco tempo, voltará a se entender bem, diz a si mesma. Desafio pretensioso. Presa no instinto e cega da razão.
Não deveria voltar àquele passo nunca mais. Contudo, seu destino (in)feliz dispusera as coisas de tal modo, que ninguém poderá impedi-la disso.
Vai até onde der. Onde ninguém mais iria a pé, nua e crua, até alcançar o sétimo céu, na linha tênue entre a ética empoeirada e a paixão que floresce indecorosa.
Decifrando a cena de amar, distrai. E a lágrima que alonga a aurora do tempo, enquanto o tempo não passa. Desperta.